terça-feira, 1 de julho de 2008

SOBRE FONTES, TIPOS E ARTES GRÁFICAS.

Meu primeiro contato com as artes gráficas se deu através dos livros, naturalmente.
Leitor precoce e compulsivo, desde muito cedo eu comecei a me interessar pelo assunto, até porque tínhamos na família um parente que era dono de uma tipografia. Ajudou muito também o fato de termos em casa algumas das famosas enciclopédias da época, Barsa, Delta Larrouse, entre outras, e que eu vivia manuseando. Mas a coisa tomou um novo rumo depois que eu fui estudar num colégio de ensino profissionalizante. Foi quando eu tive o primeiro contato com a arte da tipografia. Eu já conhecia as caixas de tipos móveis, algumas famílias de fontes, essas coisas. Mas nunca tinha visto uma máquina de linotipo (hot type) em funcionamento.Um negócio fascinante. E como eu também desenhava razoavelmente bem, acabei caindo nas graças do professor, que começou a me orientar em direção ao desenho publicitário, onde eu iniciei minha trajetória profissional.
Agora voltando ao assunto dos tipos: durante muitos anos, o Departamento de Arte da Editora e Livraria do Globo foi referência de qualidade nas artes gráficas no Rio Grande do Sul. Principalmente pelo seu quadro de profissionais, entre os quais figuravam nomes de peso nas artes plásticas do Estado. Liderado por Ernst Zeuner, o Departamento de Arte da empresa contava com o talento de artistas como Sótero Cosme (1905- 1978), João Fahrion (1898- 1970), Francis Pelichek (1896- 1937), Nelson Boeira Faedrich (1912- 1994), Edgar Koetz (1914- 1969), João Faria Viana (1905- 1975), Gastão Hofstetter (1917- 1986) e vários outros, que acabaram por inaugurar uma nova era nas artes gráficas em terras gaúchas. Publicações como a Revista do Globo tornaram-se famosas pela linguagem gráfica moderna e arrojada para os padrões daquele tempo.
Tudo como resultado do trabalho desta equipe extremamente talentosa e conhecedora do ofício. Um dos profissionais que herdou parte desta tradição foi Nelson Pinto, um dos grandes Diretores de Arte que esta cidade já viu em ação. Foi o Nelson que me chamou a atenção para a real importância que fontes e tipos têm na comunicação visual. E isto desde sempre, veja-se o trabalho de Toulouse Lautrec para o Moulin Rouge, por exemplo, onde os cartazes viravam verdadeiras obras de arte graças ao talento e capacidade dele em harmonizar texto e arte. Alguns o consideram o pioneiro da moderna comunicação visual.

Um comentário:

Anônimo disse...

nice blog isnt it?


berto xxx